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domingo, 3 de janeiro de 2016

A PROGRAMAÇÃO ESTRAGA A TV. VIDEOGAME, NÃO.

























Apesar das brincadeiras que eu faço nos meus textos, existem poucas coisas na atual existência que eu possa dizer que realmente odeio. E uma delas são os boatos.
Além de serem produtos de pessoas preguiçosas que não querem se preocupar em investigar se uma informação procede ou não, eles servem para disseminar dados errados sobre algum assunto.

Quando esse assunto é a marquinha de bronze da Bruna Marquezine, estou pouco me lixando pra isso. Mas o problema é quando é algo que afeta direta ou indiretamente a nossa vida.

 Se você é um jogador “antigo” como eu, já deve ter ouvido aquela velha frase de que “videogame estraga a televisão” (nossa! Nesse exato momento, os leitores que não leram meu post sobre Final Fantasy 10 devem estar gerando uma imagem mental da minha pessoa que é mais ou menos como o Galdalf, da obra O Senhor dos Aneis. E falo do Gandalf de O Hobbit, que parece uma versão com magia do Mr. House, do Fallout New Vegas). E provavelmente você ouvia essa conversa fiada da boca daquela sua tia, que tem uma verruga enorme enfeitando o buço, e que não sabe acertar a hora nem de um daqueles relógios-calculadora da década de 80, mas se acha gabaritada a falar de um videogame.

"Nada de videogame, Greywarden. Estraga a TV."

A má notícia que eu tenho pra te dar é que isso não é uma conversa fiada, não totalmente. E a boa é que eu pretendo explicar, em poucas e descomplicadas palavras, como toda essa questão funciona. Acredite: hoje em dia, com a internet e a difusão do conhecimento, é muito mais fácil chegar a uma conclusão acertada sobre esse assunto do que na época em que a melhor ferramenta de esclarecimento que nós podíamos contar era o Globo Repórter das sextas-feiras.

Explicando de uma maneira fácil: como funciona a criação de imagens em um aparelho de TV? Pra entender de um jeito bem tranquilo, imagine uma enorme cartolina cheia de pontinhos, como se fossem uma matriz (aquelas mesmo que você é obrigado a estudar no ensino médio).
Na tela da sua TV, seja de tubo, plasma ou LCD, cada pontinho desses (chamados de Pixels) representa um pedacinho da imagem que vai ser construída no aparelho. O processo é sempre o mesmo, mudando apenas a forma como a TV vai acender esse pontinho luminoso (usando um gás, como nas TVs de plasma; pequenas lâmpadas, como no caso das LED; ou uma corrente elétrica que estimula diretamente os pontos fosforescentes da tela).

O problema com os jogos antigos é que eles não contavam com muitos movimentos na tela. Alguns deles, se você der uma conferida nos grandes clássicos, exibiam uma moldura estática, comum a todas as fases, que pouco variava durante a jogatina. E isso causava um efeito conhecido como Burn-in, que é quando o pixel perde a capacidade de reagir e trava na mesma posição, como se fosse uma mancha que nunca sai. Isso acontece em TVs de plasma antigas e TVs de tubo, por causa do fósforo utilizado na tela, principalmente se você assiste muito àqueles canais de TV que exibem um logo permanente na tela.

Esse filme é uma prova de que videogame estraga a TV

Conheço uma história de um conhecido meu que tinha uma destas TVs de plasma antigas. O sujeito foi ao shopping, fazer umas comprinhas “rápidas”, e demorou quase uma dezena de horas no lugar. O problema é que ele esqueceu a TV ligada, e quando voltou pra casa, ficou mais que feliz ao descobrir que seu aparelho havia esperado ele dar as costas para fazer uma bela tatuagem de Killzone no rosto.

Mas não precisa se desesperar: se economizar energia e evitar a volta do Capitão Planeta ao mundo não faz parte das suas preocupações, saiba que este foi um problema que ficou no passado.

Pra falar a verdade, os jogadores de videogame dos dias de hoje têm muito pouco com o que se preocupar na hora de adquirir um novo aparelho de TV.
Quando eu comprei a minha TV LCD, em 2008, termos como “tempo de resposta”, LED, plasma e LCD eram um motivo de perda de sono para um consumidor de um mercado que começava a dar seus primeiros passos. Hoje em dia, é fácil simplesmente abrir a carteira e escolher a TV com a melhor imagem que seu bolso puder pagar, visto que tais problemas foram sanados pela popularização desse tipo de aparelho, bem como da melhoria da tecnologia.

"Videogame te deixa retardado, Shadow. E ainda estraga a TV!"

Então fica a dica: quando a sua tia buçolenta vier encher o seu saquinho, dizendo que videogame estraga a TV, você agora tem a chance de ouro de mostrar como ela é ultrapassada tecnologicamente, jogando na cara dela que isso é uma verdade de trinta anos atrás.

No mais, encerro este curto post com o link de uma interessante matéria do Tec Mundo mostrando como se forma a imagem em diferentes aparelhos de televisão.
Espero que tenha contribuído para acabar com mais um boato infundado, e até o próximo post.


Au Revoir!

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