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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

SUPER STREET FIGHTER BETA























Street Fighter 5 foi lançado ontem, dia 16 de fevereiro, e já está dando o que falar.

O que nós sabemos até agora: o game da famosa série de luta que definiu o gênero chega a sua quinta edição (claro que não estou levando essa conta ao pé da letra), com um total de 16 lutadores (10 a menos que o capítulo anterior); um modo história do tipo slide show, com fotos estáticas e poucos combates entre os diálogos; nada de modo arcade para os jogadores mais “conservadores”; e partidas online que já estão dando dor de cabeça em muita gente mundo afora.

O plano da Capcom é o seguinte: lançar o jogo agora com as opções já citadas (e sugestões, elogios ou reclamações, ligar 0800IDONT’TCARE) e ir adicionando, ao longo dos próximos anos, novos personagens, modos de jogo e uma real razão para o jogador, quem sabe, adquirir o título.


A cara do Nash tá incompleta e nem por isso ele tá reclamando!

A Capcom insiste que tudo será “de graça” (como se nós já não tivéssemos pago por um jogo completo que foi lançado em fase beta), e que o jogador poderá destravar tudo com uma moeda virtual que se adquire apenas jogando; ou adiantar a burocracia e pagar com dinheiro de verdade, caso não tenha a paciência (ou o tempo) necessários para a tarefa (fontes confiáveis já afirmam que o tempo e dedicação exigidos para destravar as coisas de graça são absurdos, como era de se imaginar).

E todas essas promessas vêm de uma empresa que, apenas há uma geração, mantinha práticas abusivas com os consumidores, como lançar o mesmo jogo quatro vezes (com leves diferenças), ou cobrar a mais por meia-dúzia de novos lutadores e um “Expectator Mode”, um revolucionário modo de jogo que te permite assistir a outras pessoas jogando... desculpe se você mesma me deu todos os motivos para nutrir certo ceticismo, Capcom.


O Ryu versão Go-Go Boy foi lançado e não vejo ninguém reclamando. Feministas, aprendam com o mundo dos games.

Já no mês de março, a promessa é a de novos recursos online e um modo história de verdade (com, vejam só, CENAS EM MOVIMENTO PARA ALEGRAR A VIDA DOS JOGADORES! Os irmãos Lumiere devem estar dando pulinhos de alegria em seus caixões). Em junho, se não me engano, se juntarão à festa mais cinco lutadores, entre eles Juri e Ibuki. Sério, Cacpom? Em um jogo que estreia com uma quantidade patética de lutadores, com ausências notórias do naipe de Blanka, Akuma e Honda, você vai adicionar IBUKI E JURI AO TIME?

E cabem algumas perguntas diante dessa estratégia da empresa: POR QUE EU TENHO QUE PAGAR R$280,00 AGORA EM UM JOGO QUE SÓ VAI ESTAR COMPLETO DAQUI A UM ANO, NO MÍNIMO? SERÁ QUE NÃO DAVA PRA ESPERAR MAIS 30 DIAS E LANÇAR UM PRODUTO QUE NÃO TIVESSE CARA DE FASE BETA NÃO? E SE EU NÃO ESTIVER INTERESSADO EM ME TORNAR O DAIGO UMEHARA DO MEU BAIRRO, E QUISER APENAS CURTIR UM JOGO DESCOMPROMISSADO PARA DESBLOQUEAR PERSONAGENS, OU TROCAR UNS SOPAPOS COM MEUS COLEGAS DE CARNE E OSSO? O QUE EU FAÇO?


A apelação de Bison parece bastante convidativa. Nos vemos daqui a um ano.

Muitos partem em defesa da companhia, afirmando que o jogo está completo sim, e que quem reclama é porque é burro (ou não é ingênuo o suficiente) e não entendeu o plano de ação da empresa (a ideia é ir liberando conteúdo aos poucos, durante suaves 6 anos...). O lado cômico da história é ouvir isso de jogadores que começaram a jogar na geração do Playstation 3; não procuram entender nada de indústria e desenvolvimento de games; não parecem ter interesse em desenvolver nada que possa ser chamado de senso crítico com o que quer que seja; e te chamam de “chato” por você reclamar da estratégia atrapalhada/desonesta dessa empresa.

O fato é que Street Fighter 5 é um jogo que apela para o lado competitivo dos fãs, e espera que você pague o preço cheio de um lançamento em um jogo que notoriamente ainda está em desenvolvimento.

Um fã antigo da franquia como eu consegue reconhecer o dejà vu da situação, quando o vê. Street Fighter 5 nos deixa na mesma encruzilhada vista com o episódio anterior, o mesmo Street Fighter 4 que abriu o blog com um Meu Review Supremo: quem gosta de partidas off-line não tem o que fazer aqui, já que não existe um modo arcade (tampouco a Capcom se pronunciou sobre uma futura inclusão dele). Além de tudo, é senso comum nas análises que eu li, que o risível modo história (uma apresentação de slides, interrompidas por três ou quatro combates em sua curta duração) é fácil demais da conta, nem sequer servindo de treino aos iniciantes (seu lutador vem com TODAS as barras cheias, no começo da luta, e o oponente mal esboça reação).


Não perca tempo procurando. Não existe modo arcade nesse jogo.

O modo online, além do problema de lag e queda de conexão, é um ambiente hostil e pouco convidativo pra quem ainda procura se familiarizar com as novas mecânicas de jogo, algo que já vinha acontecendo desde que defender todos os chutes do super combo de Chun-Li com o Ken Masters virou moda entre os fãs da série.

Como sempre, eu me sinto na responsabilidade de dar o aviso ao leitor do blog: NÃO INCENTIVE ESSE TIPO DE PRÁTICA.
Empresas como a Capcom e Square-Enix não enxergam o jogador como um apaixonado pelos seus produtos, que joga porque ama e reconhece a qualidade dessas séries. Elas veem você como um rato de laboratório, pronto pra testar as mais insidiosas práticas comerciais na indústria, pensando apenas em números e sem se preocupar com o estrago que esse tipo de tendência causará, a longo prazo.


"Toma aqui o 'não se bate nem com uma rosa'!"

Life is Strange, The Walking Dead, Final Fantasy 7 Remake, o novo Hitman, o finado Silent Hills: sabe o que esses jogos todos têm em comum, além do sistema de venda por capítulos? É QUE EU NÃO JOGUEI E NEM VOU JOGAR NENHUM DELES. Não se eu não perceber que a soma dos capítulos equivale a um jogo normal, lançado de uma vez só. Eu joguei The Walking Dead Season 2 apenas porque ele foi dado de graça, na Playstation Plus de novembro. Caso contrário, eu nem saberia do que o jogo se trata.

É ridícula essa postura e falta de consciência dos jogadores brasileiros, que olham pra um produto sem querer saber o que está envolvido em seu desenvolvimento. "São como crianças, que não ligam pro esforço que foi feito para que o brinquedo chegasse as suas mãos, desde que possam brincar com ele" (parafraseando meu irmão enquanto conversávamos sobre essa questão).

Como fã doente de lançar hadoukens e tektektugens que eu sou, só posso esperar pra ver o que vai acontecer. Se a Capcom vai cumprir com as suas promessas e fazer valer o investimento no jogo, visto que o produto disponibilizado agora não se constitui um motivo sólido para desembolsar as onerosas quantias cobradas por ele, só o tempo nos dirá.


A brutalidade de Necalli é bem apetitosa. Com certeza terei prazer em conhecê-lo.

Mesmo considerando a duvidosa honestidade da Capcom, ficam algumas dúvidas: e se o produto final não for bom o suficiente para compensar o valor que já pagamos nele? O que você vai fazer, Capcom? Vai devolver o dinheiro aos insatisfeitos? Vai baixar o preço do jogo? E os veículos de mídia que deram notas altíssimas a um jogo que ainda nem conhecem? Vão fazer vídeos e textos de retratação? Vão baixar a nota e pedir desculpas aos jogadores? Esse é o problema de colocar no mercado um produto incompleto, esperando que ele se venda em cima da paixão dos fãs e de promessas de um futuro melhor...

E tenha isto em mente quando for considerar a compra de Street Fighter 5: o jogo está inacabado, e quem decidir esperar pra jogá-lo no futuro só tem a ganhar. Não se afobe. Não se apresse. Não pague agora por algo que você só vai poder aproveitar depois.


Au Revoir.

3 comentários:

  1. Capcom sendo Capcom, nada de novo.

    Vou ser sincero, depois desse fail, os donos do One devem estar rachando o bico. Pelo menos eles tem um jogo de luta QUE PRESTE! HUAUAHAUAHUA

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  2. kkkk. Na verdade eu ia comentar isso no post, mas achei melhor deixar pra lá pra não tirar o tom de denúncia do texto. Tá aí um jogo que os donos de Xone não vão se importar de ser exclusivo do PS4. Cara, pra mim a Capcom morreu. Mesmo que ela conserte os problemas, ficou bem clara qual a intenção dela pros seus jogos futuros. Danem-se os jogadores antigos ou casuais. O negócio é estimular a competição, que vende stick da Mad Catz.

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  3. RIP Capcom
    Sei lá - 2010

    "Não somos mercenários"

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